
Livro: A vida como alimento. Um discernimento eucarístico do humano fragmentado.
autor: Francys Silvestrini Adão SJ
Edições Loyola/ 2025
Que sentido haveria em olhar para nossa vida e para nossas relações, no contexto atual — plural e fragmentado — da história de nossa humanidade, à luz das Escrituras santas, do movimento gastronômico e da liturgia eucarística da Igreja? Será que esses “ingredientes” podem vir juntos? Essa “mistura” daria um gosto bom, capaz de valorizar o sabor de cada um desses ingredientes e apontar para algo novo, que só pode acontecer no encontro entre diferentes? Este livro — o último de uma trilogia teogastronômica — é uma aposta na resposta positiva a essas questões. Desejo profundamente que o conteúdo destas páginas enriqueça sua inteligência, aqueça seu coração e inspire novos estilos de vida e relação: a vida tem sentido quando é recebida, transformada e doada, como alimento nutritivo e saboroso, para que a festa da comunhão nunca se acabe!
Sobre o autor: Francys Silvestrini Adão é padre jesuíta e professor de Teologia na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE). É mestre (PUC-RJ, 2013) e doutor (Centre Sèvres-Paris, 2019) em Teologia. Dedica-se aos estudos de uma nova abordagem teológica, denominada “Teogastronomia”, em diálogo com as Ciências da Alimentação.

Em 2025 celebramos seis décadas da publicação de um dos maiores clássicos da ficção científica, o romance Duna do norte-americano Frank Herbert (1920-1986), obra inaugural da saga Duna. A primeira edição foi publicada em agosto de 1965 pela editora Chilton Books. Em 2021, estreou o filme Duna – Parte 1, dirigido por Denis Villeneuve, e, em 2024, chegou aos cinemas Duna – Parte 2, também sob sua direção. Juntas, essas produções buscam retratar o Livro I da série. Não se tratou, contudo, da primeira adaptação cinematográfica. Em 1984, o cineasta David Lynch, lançou sua versão do romance, ousada e complexa ao tentar condensar quase 600 páginas em apenas 137 minutos. Apesar das adaptações, o livro permanece leitura essencial e cresce em importância social. Para compreender essa relevância, convém situar o livro no contexto da ficção científica de seu tempo.
A época de Frank Herbert coincide com a chamada “Era de ouro da ficção científica”. Alguns autores fundamentais desse momento são: Isaac Asimov, Fundação (1951); Arthur C. Clarke, 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968); Ursula Le Guin, A Mão Esquerda da Escuridão (1969); Robert Heinlein, Tropas Estelares (1959); e Ray Bradbury, Fahrenheit 451 (1953). Esses títulos moldaram a ficção científica para várias gerações. Entre eles, Fundação, de Asimov, um dos livros da minha vida, sempre me pareceu um contraponto a Duna, pela maneira como os seus heróis eram profundamente diferentes nessas duas obras. Essa época foi marcada tanto pelas space operas de larga escala, como Fundação, quanto por críticas sociais profundas, como A Mão Esquerda da Escuridão e Fahrenheit 451. Embora eu admire todos esses livros, Duna me impressiona pelo caráter realmente inovador.
A narrativa de Duna apresenta um universo singular e minuciosamente construído: um sistema de feudalismo galáctico, em que casas nobres controlam planetas e regiões inteiras como se fossem feudos interplanetários. Esse modelo de poder ecoa tanto a Idade Média europeia quanto os impérios coloniais modernos, criando uma sensação de familiaridade dentro de um cenário futurista. Duas casas são centrais: a vilanesca Harkonnen, símbolo de exploração e crueldade política, e a virtuosa Atreides, que busca governar com ética, mas ainda assim está presa às estruturas de poder do Império. Forçada por intrigas políticas e econômicas orquestradas pelo imperador e pela Casa Harkonnen, a Casa Atreides é transferida para governar Arrakis, o mundo desértico conhecido como Duna. É nesse palco árido, estratégico e disputado que se desenrola a maior parte da história, misturando jogos de poder, alianças e traições.
Esse planeta árido não era, porém, um deserto vazio. Há gerações, ele é habitado pelos Fremen, povo resiliente, nômade e profundamente religioso, que desenvolveu uma cultura adaptada às condições extremas do deserto. Os Fremen guardam paralelos com povos beduínos e berberes que sobrevivem em regiões hostis. Eles foram sistematicamente explorados e manipulados pelas grandes casas imperiais. Arrakis é também lar dos gigantescos “vermes da areia”, criaturas análogas a minhocas colossais, capazes de produzir a especiaria “melánge”, substância que concede longevidade, habilidades premonitórias e é essencial para a navegação interestelar. O controle desse recurso equivale, no universo de Duna, ao domínio de um recurso natural muito valioso, transformando Arrakis no epicentro de disputas econômicas, ecológicas e espirituais.
Entre os personagens, destaco dois polos centrais: o “herói” Paul Atreides, herdeiro da Casa Atreides, preparado desde cedo para ser guerreiro, estrategista e líder político, e sua mãe, Lady Jéssica, membro da ordem das Bene Gesserit, cuja disciplina milenar combina treinamento físico, mental e manipulação genética para influenciar a história do Império. Esse núcleo familiar articula os grandes temas do romance: destino e liberdade, poder e espiritualidade, tradição e ruptura. Entre tantos personagens marcantes, meu favorito atualmente é Stilgar, líder Fremen que encarna a complexidade de um guerreiro profundamente ligado à sua cultura e fé, ao mesmo tempo em que precisa negociar alianças com forças externas. Com esse trio — Paul, Jéssica e Stilgar — Herbert constrói um drama épico que transcende o gênero e se aproxima das grandes tragédias políticas e, especialmente, religiosas da humanidade.
Por que essa história continua atual? Para começar, Duna dialoga fortemente com preocupações ecológicas. Foi publicado poucos anos depois de Rachel Carson lançar seu Primavera Silenciosa (1962), obra seminal do ambientalismo moderno. Além disso, o retrato de um povo do deserto responsável por um recurso vital remete, inevitavelmente, aos debates sobre petróleo e geopolítica no mundo árabe. Outro ponto central é o uso da religião como instrumento de controle político, moldando a obediência a um salvador prometido. Apesar desses paralelos, Herbert não os explicita diretamente. Eles funcionam como pano de fundo, enriquecendo a narrativa e permitindo inúmeras interpretações. Cada releitura revela novas camadas, e a que mais me chama a atenção é a trajetória do protagonista, Paul Atreides.
Minha experiência de leitura mudou com o tempo. Em minha primeira leitura, eu via Paul como um jovem heroico restituindo a honra de sua casa, ao lado da mãe poderosa e sábia, de sua esposa Fremen Chani e do fiel Stilgar. Porém, com o passar dos anos, percebo que Paul não é o salvador idealizado, mas alguém que manipula a fé de um povo oprimido, conduzindo-o a uma guerra santa, a Jihad, cujo objetivo final serve a seus próprios interesses e aos da Casa Atreides. O herói torna-se, para mim, um líder estratégico, mas calculista, que instaura uma paz construída sobre sacrifícios humanos de pessoas que nem compreendem sua condição. Ele permanece sendo um herói, porém um herói que comete atrocidades e se alia ao terrível para alcançar o bem. O mais perturbador é que Paul sabe exatamente o que faz e entende que sua ascensão desencadeará uma guerra santa em seu nome.
É aqui que reside meu fascínio pelo livro: a tensão entre fé e manipulação, destino e liberdade, heroísmo e queda. Paul Atreides é o messias de Duna, como sugere um dos títulos subsequentes da saga, mas um messias de mãos manchadas de sangue.
Bruno Pettersen
professor e pesquisador no departamento de Filosofia da FAJE
In: Palavra e presença (FAJE)
18.09.2025


Johan M. Herman Josef Konings
(1941-2022) - Foi considerado um dos grandes biblistas do Brasil. Doutor em Teologia e Mestre em Filologia Bíblica pela Universidade Católica de Leuven (Lovaina, Bélgica), padre Konings veio para o Brasil em 1972 para lecionar exegese bíblica, sucessivamente, nas universidades Católicas de Porto Alegre e do Rio de Janeiro, até assumir, em 1986, a cátedra de Novo Testamento do Centro de Estudos Superiores, atualmente Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), em Belo Horizonte. Autor e colaborador de Edições Loyola, publicou várias obras, dentre as quais A palavra se fez livro (51999), O Evangelho do discípulo amado (2016) e “Também os demônios creem, e tremem” — A Carta de Tiago (2021). Além de colaborar na tradução e elaboração de a Bíblia Sagrada: tradução oficial da CNBB, padre Konings manteve ao longo de sua vida uma vasta produção literária produzindo outros títulos que foram publicados nas principais editoras católicas. Faleceu em Belo Horizonte em 2022 enquanto finalizava esta Sinopse, sua última contribuição para a ciência bíblica no Brasil, agora publicada postumamente.




Livro: A voz interior de Deus
subtítulo: O modo inaciano de descobrir a vontade de Deus
Em A voz interior de Deus, o autor — que é também orientador espiritual — nos mostra como podemos ter acesso à nossa própria intuição espiritual e nos ajuda a compreender que a sabedoria não provém de fontes externas, mas sim de como Deus opera por meio de nós mesmos.
Ao seguir os princípios da espiritualidade inaciana, o livro aponta para um caminho que nos permite entender que as decisões que tomamos ao longo das nossas vidas inevitavelmente se originam em um destes dois espíritos: ou provêm do espírito falso ou do espírito verdadeiro. Sendo assim, em sua abordagem o autor nos explica minuciosamente como reconhecer esses dois espíritos, como responder a cada um deles e como podemos nos valer do discernimento para tomarmos decisões verdadeiramente consistentes com a vontade de Deus em nossas vidas.
Equipe do site
27.06.2025


Livro: O Deus que espera: A Psicologia do Perdão
Autor: Pe. Francisco de Assis Carvalho
Editora: Apris, Artêra Editorial - Livro e Ebook.
O exercício do perdão se constitui em grande desafio para os nossos relacionamentos, seja no seio da família, da Igreja ou do trabalho; seja para conosco, para com Deus ou para com a vida. Na trama da intersubjetividade e na convivência com os outros, o amor está intrinsecamente relacionado com a capacidade de perdoar. O perdão é o principal desafio para o amor. Quando alguém se propõe a amar outra pessoa nas diversas teias de relações que são construídas, tais como no casamento, na amizade ou nos agrupamentos familiares e de trabalho, podem ocorrer desentendimentos e incompreensões constituídos pela indiferença, pelo ódio e pelo conflito e que culminam na “morte do outro”, no afastamento ou no desejo de vingança. Desencontros e estranhamentos sempre acontecem em nossas relações humanas e conviver não é um verbo fácil de ser conjugado porque muitas vezes ocorrem esbarrões que limitam a nossa capacidade de amar.
A prática do perdão redimensiona o enfrentamento do que fazemos com o que fizeram para nós e nos coloca também diante daquilo que fizemos para os outros, principalmente quando ousamos recordar toda a nossa vida, com os seus fracassos e derrotas, com suas crueldades e falta de amor. Perante alguém que nos feriu, ofendeu ou traiu, afloram em nós sentimentos negativos, que muitas vezes desconhecíamos em nosso coração. Pensamos em vingança ou em “pagar com a mesma moeda” e, assim, corremos o risco de perder nossa identidade e a essência do amor que mora em nós, tornando-nos semelhantes ao inimigo ou ao ofensor.
O autor é sacerdote e psicólogo clínico e conhece muito bem as dificuldades que as pessoas carregam com relação ao ato de perdoar, seja na orientação espiritual, seja na escuta psicológica. Como é difícil para algumas pessoas a prática do perdão, e como isso faz toda a diferença para que se viva de maneira feliz ou infeliz! Foi então que surgiu um convite para dirigir um “retiro espiritual” para os catequistas da Arquidiocese de Belo Horizonte, cujo conteúdo proposto teve como foco a prática do perdão. O retiro desencadeou mais estudos e os estudos desembocaram na escrita. E nasceu o livro: O Deus que espera: A Psicologia do Perdão. As reflexões construídas neste pequeno livro têm cunho existencial, e voltam-se para o homem de fé que se intitula cristão e valoriza, como discípulo de Jesus, a prática do amor e do perdão. O livro foi organizado da seguinte maneira:
Na Parte I, “O perdão”, há uma reflexão dentro dos parâmetros da psicologia e dentro das fronteiras da espiritualidade cristã.
Na Parte II, “As parábolas da misericórdia no Evangelho de Lucas”, apresenta-se os pressupostos teológicos do Evangelho de Lucas e suas principais características, bem como, os pressupostos linguísticos com as suas nuances relacionadas ao texto, contexto e intertextos e como podemos entender a parábola como gênero textual.
Na Parte III, “Análise textual da ‘Parábola do Filho Pródigo’” efetua-se uma releitura analítica detalhada da parábola, mesclando aspectos exegéticos e linguísticos, bem como históricos e teológicos conduzidos por um viés psicológico existencial, convidando o leitor “a entrar na parábola” e a se ver como Filho mais Novo, como Filho mais Velho e como o Deus Pai-Mãe Misericordioso.
Equipe do site
01.04.2025

Sabedoria teogastronômica - José Tolentino Mendonça e a gramática culinária humano-divina
Edições Loyola, 2024.
Esta pequena viagem “gastronômica” pelo mundo contemporâneo, à luz das Escrituras judaico-cristãs, deseja ajudar você a descobrir novos sabores presentes na fé bíblica, em sua própria vida e em seu círculo de relações. Em diálogo com a reflexão de um criativo biblista e poeta, o cardeal José Tolentino Mendonça, revisitaremos a sabedoria guardada nas entranhas da criação e explicitada pela fé cristã. Em qualquer casa, da mais despojada à mais refinada, a porta da cozinha dá acesso a um lugar de muito trabalho, serviço e cansaços, é verdade! Mas essa porta também nos conduz, como sabemos, a um lugar repleto de amizades, intimidades e histórias para contar. Se aprendemos a gostar tanto das cozinhas e das mesas, como podemos achar que Deus estaria distante daí? Que sua inteligência e seu coração estejam abertos para se encantar com as surpresas de uma Sabedoria teogastronômica. Boa leitura e bom apetite!
Sobre o Autor
FRANCYS SILVESTRINI ADÃO - é padre jesuíta e professor de Teologia na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE-BH). É mestre (PUC-RJ, 2013) e doutor (Centre Sèvres-Paris, 2019) em Teologia. Dedica-se aos estudos de uma nova abordagem teológica, denominada “Teogastronomia”, em diálogo com as Ciências da Alimentação.

Livro: Das partes abertas. Ensaio sobre o gozo da matéria
Autor: Jonas Samudio
"Das partes abertas: ensaio sobre o gozo da matéria" é um ensaio híbrido que pronuncia uma experiência em diferentes vozes: ora voltadas ao "Livro da vida", de Santa Teresa, ora a uma leitura das dobras do vestido do Êxtase de Santa Teresa, de Bernini; ora, ainda, trata-se de uma tentativa de ensaiar o próprio gozo da matéria, como se ela o ensaiasse como dito, em um dos “paradoxos do gozo, sua tautologia” (trecho do livro). Até que os sinais se cruzam nas páginas do livro e na leitura que "busca pega o que a linguagem não pega isso que também é escrita eis talvez a matéria" (trecho do livro).
Lançamento do livro dia 28 de agosto, às 19h30, no Centro Loyola.

Autobiografia gastronômica
Autor: Francys Silvestrini Adão SJ
Saberes e sabores são os ingredientes principais desta obra, que não é um caderno de receitas, nem um manual que tenha a pretensão de dizer o que você tem de fazer, entregando-lhe um projeto pronto, previamente preparado por outros. Há muitas formas de lidar com a comida e com a vida! A proposta deste livro está mais próxima de um “menu-degustação”: no diálogo do autor com a reflexão de um sociólogo da alimentação criativo e inquieto, Carlos Alberto Dória, pouco a pouco cada leitor e cada leitora serão provocados a compreender, a contar e a projetar a própria história, de modo único e incomparável, a partir de sua relação com os outros, mediada pelo mundo da comida. Esse é o sentido sugerido pelo título deste livro: Autobiografia gastronômica. Boa leitura e bom apetite!
O autor: é padre jesuíta e professor de Teologia na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE-BH). É mestre (PUC-RJ, 2013) e doutor (Centre Sèvres-Paris, 2019) em Teologia. Dedica-se aos estudos de uma nova abordagem teológica, denominada “Teogastronomia”, em diálogo com as Ciências da Alimentação.
O autor: é padre jesuíta e professor de Teologia na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE-BH). É mestre (PUC-RJ, 2013) e doutor (Centre Sèvres-Paris, 2019) em Teologia. Dedica-se aos estudos de uma nova abordagem teológica, denominada “Teogastronomia”, em diálogo com as Ciências da Alimentação.
Título: Autobiografia gastronômica
Subtítulo: Carlos Alberto Dória e a construção de um projeto culinário autêntico
Data de Publicação:30/04/2024
Edições Loyola

Livro: Influenciadores digitais católicos. Efeitos e perspectivas.
Editora Paulus
autores: Aline A. da Silva,Alzirinha R. de Souza, Fernanda de F.Medeiros, Moisés Sbardelotto e Vinícius Gomes
A partir de uma perspectiva diferenciada, esta obra apresenta uma instigante análise do fenômeno dos influenciadores digitais católicos no complexo ecossistema comunicativo e eclesial atual. Além de socialmente relevante, trata-se de um processo que afeta de modo direto o desenvolvimento da pastoral, da evangelização, da teologia e da comunicação eclesial. É também uma questão cultural, que atravessa as barreiras das religiosidades, uma vez que tais influenciadores alcançam e mobilizam pessoas comuns por meio de poderosas dinâmicas tecnológicas. O foco deste livro é justamente compreender em profundidade esse fenômeno e suas possíveis consequências socioeclesiais.

Os salmos são orações poéticas que foram musicados para uso religioso. Suas principais características são o lirismo e o ritmo das palavras e das ideias. Eles expressam a história do ser humano em busca do Deus vivo. Neste livro, Joan Chittister tece sensíveis reflexões sobre alguns salmos, oferecendo ao leitor um oásis espiritual em meio ao estresse deste mundo, que exige mais atenção do que a alma humana é capaz de suportar. Para isso, ela destaca um verso ou estrofe de um salmo, apresenta uma reflexão sobre o seu sentido, enumera alguns tópicos essenciais, apresenta uma história da sabedoria oral que o ilustra e propõe uma atividade relacionada a ele. Sua intenção é que possamos encontrar novas interpretações para esses belos textos, que falam sobre vida, o que significa ser humano, lutar e rir, sentir-se confuso ou deprimido, compreender e aceitar a si mesmo, discernindo e colocando-os na perspectiva do contexto que vivemos.
Reflexões sobre os salmos
Autora: Joan Chittister - Edições Paulinas
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Livro: Barthes, Loyola e outros textos
de Carlos Rafael Pinto e Jonas Samudio
Editora Saber Criativo
O livro, entre ensaios e traduções, é composto por quatro textos. Na abertura, “Barthes, Loyola”, ensaio literário que o intitula, são convocadas as noções de biografema e logoteta para pensar a escrita, articulada ao corpo, de Roland Barthes, como ofegância, e de Inácio de Loyola, como claudicância; acompanha-o a tradução poética de uma página do “Diário Espiritual”, de Inácio de Loyola, “Uma página das lágrimas”, intimamente ligada ao ensaio que abre o livro. Textos que, conforme escreve Geraldo De Mori, SJ, na Apresentação, confluem para a interdisciplinaridade, movimento que “busca criar interfaces entre saberes, mostrando como do encontro e da fecundação mútua entre eles emergem novas formas de captar, entender e ler o mundo, tornando-o mais compreensível ou dando-lhe novos contornos” (p.10). Segue-se a tradução do poema “Granum sinapis”, o “Grão de Mostarda”, de Mestre Eckhart, junto ao qual se acresce o último ensaio, de título “Uma tradução pobre”, com anotações do tradutor, no qual, segundo Lucia Castello Branco, no Posfácio, “uma duplicidade se testemunha: trata-se do pensamento de Mestre Eckhart, sempre insondável, mas também do pensamento do tradutor e da própria tradução” (p.66).
Sobre os autores:
Carlos Rafael Pinto: Escritor, professor e, atualmente, pesquisador da obra de Carolina Maria de Jesus e dos estudos decoloniais, no doutorado em Teologia, na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE-BH), com bolsa da CAPES
Jonas Samudio: Escreve, lê, corta, costura. Dedica-se às relações entre mística, feminino, poesia, tecidas no corpo e na escrita. Com livros e artigos publicados, atualmente, desenvolve pesquisa de pós-doutorado sobre as literaturas e os femininos, na UFMG (CNPq/PDJ)
Páginas: 70
Ano: 2023

Horas de Etty
Mariana Ianelli
Editora: cas’a edições
“Horas de Etty” reúne poemas inspirados no convívio de mais de uma década de Mariana Ianelli com os escritos da holandesa Etty Hillesum.
Cada poema cristaliza um momento importante da vida de Etty, que atravessou os anos finais da Segunda Guerra, em Amsterdã, munida de seus diários, além de livros de Rilke e da Bíblia.
Um livro que chama os leitores para o mundo interior dessa mulher que desejava ser poeta e que travou silenciosas batalhas consigo mesma até chegar ao campo de trânsito de Westerbork (norte da Holanda) e dali ser deportada para o Leste no começo de setembro de 1943.
Agora em 2023, completam-se 80 anos da morte de Etty em Auschwitz.
Lançamento do Livro em Belo Horizonte:
Dia 02 de setembro, de 14h às 16h, no Espaço a'mais, Av. Brasíl, casa 2, Santa Efigênia.

Livro das Delicadezas
O mundo de Maria Amada
Frei Alano Porto de Menezes OP
Editora Vozes
Esta é uma obra delicada e terna, que narra a história de uma monja carmelita camponesa, nascida nos sertões de Pitangui e Dores do Indaiá. Sua presença mais dedicada se deu no Carmelo de Juiz de Fora, exercendo ali uma singular experiência mística, irradiando sua fé e alegria para todos os que tiveram o privilégio de acompanhar a vida das carmelitas na cidade mineira. Toda a sua trajetória foi de entrega aos cuidados de Deus, com simplicidade e receptividade encantadoras.
O presente livro traz as histórias de Maria Amada com o sabor magnífico do ritmo mais cotidiano da vida simples que vem do interior de Minas. Com sua capacidade de maravilhamento, esta “monja zen” fazia de sua vida o gesto simples do bem viver, revelando para todos o sonho de um carmelo leve, delicado e profético.
Live de apresentação do livro: clique aqui

Dança no alto da chama
Poemas de Mariana Ianelli. 66 páginas.
Editora Cousa
"Esse livro é de jorros, de brotamentos e algo também de mistérios e muito também de marulha dos júbilos. É aventura-princípio de nossos ínfimos imensos, dos céus de outros mundos, que sabem a viagens e silêncio contando do que (nos) observa. Entre guardados: meteoritos, ousadias, erupções, fortunas. Entre segredos: brancuras, lodos, cerimônias dos tons proliferados. E o que faz tremer dessagrados e até as águas; e o que sagra a palavra vasta, pintada, úmida, desbragadamente doce a penetrar, a deixar-se estar espessamento e chama. Eis porque toda noite. Eis porque a fruta se prova".
(Das palavras de Luci Collin)

Livro: A COSTURA
Tradução: Joana Angélica d'Avila Melo
Selo: Pequena Zahar
O que há no lado de lá da vida? Por entre linhas, bordados, tramas e costuras, a menina Lila conduz os leitores em uma aventura fascinante em busca do que se perdeu no lado de cá e do que acontece no avesso do mundo.
Lila é uma menina criativa, sonhadora e um pouco distraída. Sua mãe sempre reclama que ela deveria cuidar melhor de suas coisas pois vive perdendo tudo. Lila, então, imagina uma teoria de que os sumiços acontecem porque, com o tempo, nosso mundo deve ter produzido alguns buracos nos quais seus objetos acabam caindo. Suas chaves, guarda-chuvas e lápis de cor estariam, provavelmente, no Lado de Trás do bordado da vida, um lugar misterioso que sempre despertou a curiosidade da menina. A solução seria, então, fechar esses buracos no mundo costurando cada um deles. Esse é o começo de uma grande confusão!
A costura foi criado originalmente para o projeto Palestinian Art History as Told by Everyday Objects, produzido pelo Palestinian Museum. É inspirado nos bordados tradicionais da cultura palestina.
Indicado para leitores a partir dos 6 anos.
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