
Tudo tão vago – Mário Quintana
Nossa senhora na beira do rio
Lavando os paninhos do bento filhinho...
São João estendia, São José enxugava
e a criança chorava do frio que fazia
Dorme criança, dorme meu amor
que a faca que corta dá talho sem dor.
(de uma cantiga de ninar)
Tudo tão vago...Sei que havia um rio...
Um choro aflito...Alguém cantou, no entanto...
E ao monótono embalo do acalanto
O choro pouco a pouco se extinguiu...
O menino dormira... Mas o canto
Natural como as águas prosseguiu...E ia purificando como um rio
Meu coração que enegrecera tanto...
E era a voz que eu ouvi em pequenino...
E era Maria junto à correnteza,
Lavando as roupas de Jesus Menino...
Eras tu...que ao me ver neste abandono
Daí do céu cantavas com certeza
Para embalar inda uma vez meu sono!...
13.12.25


